Primeiramente, temos que entender a principal diferença entre o RPG e os passatempos de criança: as REGRAS. Voltando ao exemplo das brincadeiras de Mocinho e Bandido, lembra que, inevitavelmente, no meio do jogo, acontecia algum diálogo do tipo:
- Ei, eu atirei em você!!!
- Não atirou não! Eu estava atrás do poste...
- É, mas eu atirei quando você colocou a cabeça pra fora...
- Só que eu tô de colete a prova de bala, ó...
Polícia e Ladrão, ou Mocinho e Bandido: olha você aqui, jogando RPG e nem sabia... |
E esse é o grande charme do RPG. Apesar de ser um jogo de imaginação e fantasia, ele “simula” a realidade, em alguns aspectos, e garante que, assim como na vida real, exista sempre uma chance de falha e uma chance de sucesso em suas ações, proporcionando desafio e diversão para o jogador. Não é só porque você sabe atirar com um arco e fecha que você vai sempre acertar o alvo, entretanto, se você é um atirador profissional, pode ter certeza que tem muito mais chances que alguém que nunca atirou com uma arma dessas na vida. Numa partida as coisas funcionam mais ou menos dessa maneira. Um personagem que treinou a vida toda ainda pode errar, ao passo que um personagem que só esta começando a aprender pode acertar o alvo
Pois bem, é para fazer essas regras funcionarem que existe o sistema de RPG. Um sistema nada mais é que um conjunto de dados, informações e regras que determina o que você pode ou não fazer na mesa de jogo, e como as suas ações afetam a história. A maioria dos sistemas usa um ser humano como base e aí constrói o mundo em cima dessas informações. Um jogador de RPG sabe se um monstro ou animal é forte comparando suas estatísticas com aos dados de uma ficha de humano normal, e por aí vai.
Dados de RPG (dessa vez originais e não de madeira)... |
A premissa do RPG, nesse sentido, é fascinante. O que aconteceria se aquele dragão soprasse uma rajada de fogo no grupo de heróis e eles se escondessem atrás de alguma coisa? Como funciona aquela magia super poderosa que o vilão do desenho animado usa para atacar os personagens principais, mas que nunca acerta neles de verdade (quem se lembrou de Caverna do Dragão ganhou um doce, rsrsrsrs). Pois bem, o RPG é o meio mais simples de descobrir essas e outras coisas totalmente sem importância, mas muito divertidas de imaginar.
A partir do momento em que você sabe como as coisas reais funcionam (pelo menos em teoria, dentro do “mundo” onde você esta jogando) você passa a ter ferramentas para imaginar como as coisas imaginárias funcionariam. A partir daí, sua imaginação deixa de ser apenas um monte de aglomerados desconexos de informações e passa a seguir uma linha lógica, que o leva a questionar e tentar entender outras coisas relacionadas. É um círculo vicioso de descoberta e aprendizado.
Mas não se deixe confundir: o aprendizado que acontece nos jogos de RPG é quase imperceptível. Você começa a jogar e quando vê, já descobriu coisas que nem imaginava que existia.
Ou imaginava, só nunca se deu conta...
Um Terrível exército de Orcs e Trolls marcha rumo a batalha.. Num RPG, VOCÊ é que seria encarregado de derrota-los... (Arte By João Marcos da Silva) |
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